Risco de demência maior em quem tem mais de 55 anos

Um estudo recente revelou que americanos com mais de 55 anos enfrentam um risco de demência 42% maior ao longo da vida, com novos casos previstos para chegar a 1 milhão por ano até 2060 sem intervenção significativa.

Alguns estudos anteriores relacionaram a depressão, ansiedade e transtorno bipolar a um risco elevado de demência. Essa nova pesquisa, publicada no BMJ Mental Health, é supostamente a primeira a avaliar o impacto de transtornos psiquiátricos coexistentes no risco de demência.

Os pesquisadores analisaram dados de cerca de 3.700 pacientes, com média de idade de 67 anos, que foram diagnosticados com depressão, ansiedade, transtorno de personalidade, abuso de substâncias, psicose e transtornos de humor como a bipolaridade entre agosto de 2009 e 2023.

Desse grupo, quase 71% tinha um transtorno psiquiátrico; 21,5% tinham dois; 6% tinham três e 2% tinham quatro ou mais. Os pesquisadores descobriram que o risco de demência aumenta em proporção ao número de transtornos psiquiátricos que um paciente tem.

Aqueles que apresentaram dois transtornos psiquiátricos, como transtornos de humor tinham duas vezes mais chaves de risco de demência, aqueles pacientes com três tinham mais de quatro vezes mais chances e pacientes com quatro ou mais diagnósticos tinham a 11 vezes mais chances de desenvolver demência.

“Os resultados deste estudo destacam a forte associação entre a coocorrência de transtornos psiquiátricos e uma maior probabilidade posterior de desenvolver demência, particularmente para padrões com transtornos de ansiedade e humor”, escreveram os pesquisadores.

O que os resultados sugerem?

Esses resultados sugerem que transtornos psiquiátricos concomitantes podem ser um sinal de alerta precoce e exclusivo de demência, já que análises mais aprofundadas não encontraram nenhuma ligação entre transtornos de humor e probabilidade de outras doenças, como insuficiência renal.

O impacto da demência na saúde vai além do declínio cognitivo, pois a doença aumenta o risco de uma série de problemas e que inclui infecções, risco de quedas graves, problemas cardiovasculares, ansiedade e depressão.

Os autores reconheceram que os participantes foram selecionados de um departamento psiquiátrico e que o estudo foi observacional, sem uma conclusão concreta pode ser tirada sobre a causa e efeito.

Ainda assim, os pesquisadores permanecem esperançosos de que esses resultados ajudem a incentivar a detecção mais precoce e precisa da demência.

“Integrar ferramentas [de detecção de demência] à prática clínica para indivíduos de alto risco, especialmente aqueles com comorbidades psiquiátricas específicas identificadas neste estudo, poderia aprimorar significativamente a gestão de seus cuidados, considerando os recentes avanços no tratamento da demência”, escreveram.

Quais as causas da demência?

Segundo o blog Mendelics, a demência tem várias causas, incluindo doenças neurodegenerativas, lesões vasculares, doenças metabólicas, deficiências nutricionais e infecções, sendo comum que o paciente com a condição tenha mais de uma causa associada (causa mista).